UNIDADE 1 | CAPÍTULO 4

Bem-vindo!

Neste capítulo estudaremos

CLASSIFICAÇÃO DE GORDURA LOCALIZADA
1
Hiperlipodistrofia

A gordura corporal tem um papel fundamental nas reservas energéticas do ser humano, equilibrando a temperatura e homeostase corporal, transporte de vitaminas lipossolúveis e proteção de órgãos vitais contra choques. Além disso, é sabido que o tecido adiposo é o principal reservatório energético do corpo (XAVIER; PETRI, 2009).

No entanto, sempre que um indivíduo excede a ingestão da quantidade de caloria em relação ao seu gasto energético diário, a energia acaba sendo reservada em forma de gordura (XAVIER; PETRI, 2009).

Desse modo, deduz-se que indivíduos sedentários em sobrepeso ou obesos apresentam gordura corporal em excesso, pela ingestão ser maior que o gasto energético (XAVIER; PETRI, 2009).

A hiperlipodistrofia resume-se ao aumento exacerbado e anormal de gordura proveniente da alimentação, sendo armazenado na forma de triglicérides nos adipócitos. Este armazenamento acomete áreas diferentes dependendo do gênero, sendo nos homens na região abdominal na maioria dos casos, e, nas mulheres na região glúteo-femoral, por representar áreas de menor atividade metabólica. Além disso, o aumento da gordura localizada está relacionado ao ganho de peso (LE COZ, 2012) (Figura 13).

Contudo, é interessante frisar que as mulheres que estão no período de mudanças como a menopausa ou que já passaram, tendem a apresentar taxas hormonais baixas, o que interfere no acúmulo, metabolismo e consequentemente disposição da gordura corporal, que muitas vezes torna-se uma gordura de aspecto androide e não mais ginoide.

Os fatores etiológicos que podem desencadear a hiperlipodistrofia são:

»   genéticos/ hormonais;

»   qualidade de vida.


Para avaliar a hiperlipodistrofia é interessante levar em consideração:

»   Índice de Massa Corpórea (IMC) > 25.

»   Medidas de circunferência.


Quadro 1. Classificação segundo Organização Mundial da Saúde (OMS) do IMC - modificado.

 

IMC

 

CLASSIFICAÇÕES

 

Menor do que 18,5

 

Abaixo do peso normal

 

18,5 – 24,9

 

Peso normal

 

25,0- 29,9

 

Excesso de peso

 

30,0 – 34,9

 

Obesidade  classe I

 

35,0 – 39,9

 

Obesidade  classe II

 

Maior ou igual a 40,0

 

Obesidade  classe III

Fonte:<http://blogs.universal.org/cristianecardoso/pt/descubra-onde-voce-esta/> acesso: 27/8/2015

 

IMC = peso/ altura2

Tabela 1. Valores de comprimento de circunferência abdominal considerados como risco para doenças associadas à obesidade.

 

Risco elevado

Risco muito elevado

Mulheres

≥80

≥88

Homens

≥94

≥102

Fonte: Sampaio, 2004.

Os tratamentos eficazes para essa condição é o emagrecimento primordialmente e qualquer que seja o programa de emagrecimento, todos eles devem estar associados a uma atividade física regular. Existem diferenças na resposta lipolítica ao exercício em função da localização dos tecidos adiposos (BORGES, 2006; GARCIA et. al., 2006).

Durante o exercício em ambos os sexos, a lipólise do tecido adiposo subcutâneo abdominal aumenta exacerbadamente, no entanto, a do tecido adiposo fêmoro-gluteal aumenta, mas de forma mais insignificante. Essa diferença é ainda mais marcante na mulher, o que pode explicar a dificuldade de conseguir reduzir essa região, mesmo durante exercícios que estimulam a lipólise dos outros depósitos de gordura. Desse modo, conseguimos propor de forma decrescente as partes do corpo dos homens e das mulheres que apresentam um gasto energético maior durante o exercício físico (LE COZ, 2012; BORGES, 2006; GARCIA et. al., 2006). Ou seja, no homem, durante o exercício físico o gasto energético começa maior no abdome > tronco > braços > pernas, enquanto que na mulher o maior gasto energético começa nos braços > tronco > pernas.

Um tratamento intradermotérapico que vem para associar a uma reeducação alimentar, exercício físico regular e/ou tratamento medicamentoso é o tratamento intramuscular de intradermoterapia. A associação desses fatores pode corroborar para um emagrecimento mais rápido.

Importante

Lembrando que é muito importante pedirmos os últimos exames laboratoriais do paciente e ver se esse paciente está apto para fazer o tratamento em questão, ou se ele é um paciente que apresenta uma das contraindicações como já citado acima.

A figura 14 apresenta um esquema ilustrativo de corpo que podemos seguir durante um tratamento em nossos pacientes. Podemos pintar, por exemplo, a área que este almeja tratar, para que assim fique mais fácil de identificar o local a ser trabalhado em cada paciente. Devemos sempre procurar a melhor forma para a realização de um trabalho bem feito.