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Neste capítulo estudaremos

É sabido por todos da importância da liderança no contexto organizacional. O líder é aquele que guiará as pessoas em uma determinada direção, por meio da influência que exerce sobre elas. O foco do líder é atingir bons resultados por meio do desempenho de sua equipe, incentivando o crescimento e preservando a harmonia e o bem-estar do grupo. A liderança é, pois, um dos fatores críticos do sucesso das organizações.
Uma característica fundamental do líder está nas suas atitudes, na forma como lida e reage às situações. A sua atitude deve demonstrar coerência em relação ao que diz, pensa e age. O líder que defende uma posição e atua de forma contrária será visto como uma pessoa incoerente, gerando insegurança nos liderados. Agindo de forma coerente, as pessoas perceberão o líder como alguém que merece ser ouvido, considerado e respeitado. Quando o líder age de forma coerente, gera a essência da liderança – a confiança. Não se pode liderar pessoas que não confiam em você. Isto não significa que o líder não pode mudar de posição ou opinião. Certamente sim, mas precisa justificar perante sua equipe os novos fatos que geraram mudança na sua forma de ver e analisar uma situação.
Em um mundo de constante mudança, é ainda mais complicado o papel do líder, que deverá ser capaz de lidar com a complexidade e a velocidade das mudanças que estão ocorrendo na organização. Os líderes de hoje têm um papel estratégico e abrangente de desenvolvimento humano. Ele precisa buscar o autoconhecimento e a aprendizagem contínua para ser agente da própria mudança e da mudança de seus liderados. O sucesso das organizações pode assim estar nas atitudes, comportamentos e exemplos dos líderes nos diversos níveis.
Com a humanização das organizações, que passaram a priorizar as pessoas e a reconhecer a importância do capital humano para alcance da excelência em seus resultados, o papel do líder tornou-se fundamental. Por isso, existe uma expectativa muito grande quanto ao desempenho desse profissional. O modelo tradicional de liderança não encontra mais espaço em nossa sociedade. O papel do líder contemporâneo está focado em reconhecimento, compartilhamento e trabalho em equipe. É um papel muito mais complexo e abrangente, de grande impacto nos resultados organizacionais.
Existem muitas classificações de tipos de liderança na literatura. Vamos destacar três papéis que consideramos importantes para um líder nos tempos atuais:
Clique sobre as abas abaixo:
Líder facilitador
Cada vez mais o papel do líder que comanda, determina e centraliza é substituído pelo líder facilitador, que promove o compartilhamento de ideias e conhecimentos, reconhecendo o potencial de cada um dos membros de sua equipe. O líder facilitador é capaz de criar espaços para a construção coletiva de ideias, engajar pessoas e promover debates construtivos, extraindo informações, conhecimento e potencial de um grupo em torno de um objetivo comum ou resultado maior. Pode-se dizer que, ao facilitar o processo de trabalho, o líder assume o papel de educador, com enorme preocupação em ensinar e fazer com que todos ampliem seus conhecimentos e habilidades. Ele reforça a iniciativa e faz com que seus liderados assumam as responsabilidades.
Líder parceiro
Em ocasiões de crise, de dificuldades econômicas, o sentimento de insegurança permeia todo o ambiente organizacional. É, principalmente, nesses momentos que os colaboradores mais necessitam de parcerias para se sentirem fortalecidos para realizar suas atividades e atingir suas metas. Líderes abertos e próximos de sua equipe ajudam a minimizar os possíveis reflexos desse período nebuloso. O líder parceiro é aquele que estimula o colaborador a experimentar o novo, proporcionando um ambiente em que possa ser motivado, a partir de um trabalho que tenha significado para ele.
Líder servidor
O líder servidor vê seus colaboradores de forma integrada, não apenas profissional. Com essa visão, o líder servidor busca compreender as reais necessidades de cada um dos membros de sua equipe, no sentido de auxiliar, apoiar, ensinar, inspirar e motivar os colaboradores para que todos possam desenvolver potenciais e talentos. Nesse papel, o líder deve se assegurar de que os membros de sua equipe sintam os motivadores internos que os impulsionam para o sucesso. Sendo esses motivadores pessoais, o que motiva um colaborador pode não funcionar para outro, que é motivado por algo diferente.
Muitos líderes fracassam no seu papel porque se esquecem de adequar seu estilo aos valores de seus colaboradores. Todos os indivíduos entram na organização trazendo a sua cultura adquirida na vida em sociedade. Sabemos que os valores pessoais guiam a vida das pessoas, definem suas percepções, o que é aceitável. Além dos valores dos colaboradores, a cultura nacional também afeta o estilo de liderança. Por exemplo, no México, com sua forte tradição paternalista e o machismo, espera-se que os líderes sejam firmes e autocráticos. Uma liderança mais participativa é mais aceita em países que valorizam a igualdade, como na Noruega, Finlândia, Dinamarca e Suécia.
O Brasil é um país de grande extensão territorial e com grande heterogeneidade cultural, em decorrência de sua miscigenação e da soma das subculturas das diversas regiões. Assim, cada organização tem que se adequar à cultura e valores próprios da região onde atua. Seus líderes devem também ajustar seu perfil a essa diversidade e entender as características da cultura nacional. Alguns traços culturais brasileiros citados pelos estudiosos são: as relações hierarquizadas (necessidade de existir um comando/líder), ineficiência no planejamento prévio (“apagadores de incêndio”), personalismo (relações pessoais próximas e afeto nas relações), desagrado com avaliações em público (não aceitação a feedbacks repassados em público e feedbacks negativos) e adaptabilidade e flexibilidade como jeito peculiar de conviver em sociedade (o “jeitinho brasileiro”).
Vamos fazer um exercício?
Do lado esquerdo estão os três tipos de líderes, a partir do papel que desempenham, e do lado direito estão as características. Você deverá ligar cada tipo de líder com as respectivas características.
LÍDER FACILITADOR
LÍDER PARCEIRO
LÍDER SERVIDOR
CARACTERÍSTICAS
- Líder aberto e próximo de sua equipe
- Compreende as necessidades da sua equipe
- Reconhece o potencial de cada colaborador
- Busca os motivadores internos dos seus colaboradores
- Papel de educador
- Estimula o colaborador a experimentar o novo
- Vê seus colaboradores de forma integrada
Ocorreram algumas ondas e, junto delas, uma série de inovações e mudanças na forma de gestão, que foram muito representativas nas organizações. A mais recente foi a do conhecimento, na década de cinquenta. A era do conhecimento intensificou a convergência de tecnologias, transformando a forma de atuação das organizações e a performance de seus líderes, para garantir a entrega dos objetivos e da missão organizacional.
Atualmente, os lideres precisam, de forma contínua, investir em seu próprio desenvolvimento e de suas equipes. Se antes a formação técnica era importante, ela, hoje, continua sendo importante. Contudo, não é suficiente para dar conta da atual realidade na sociedade. Competências comportamentais são requeridas e tornaram-se diferenciais competitivos tanto para os profissionais quanto para as organizações. Saber lidar com as pessoas, influenciar seus comportamentos, compartilhar conhecimentos, delegar tarefas e responsabilidades, desenvolver talentos, saber ouvir seus colaboradores abrindo espaços para que desenvolvam trabalhos de maior complexidade e criatividade são algumas competências fundamentais na atuação do líder.
Ao assumir uma função de gestão, o profissional deixa de prover uma entrega que está associada à sua capacitação técnica. Agora a entrega do gestor depende de um conjunto de entregas que está associado a diferentes profissionais da sua equipe, de diversas atuações e formas de trabalho. Como líder desse grupo, o gestor deve ser uma referência, ajudando o grupo a entender de que maneira eles, conjuntamente, podem ter uma entrega no nível superior. Essa situação vai exigir do líder uma “caixa de ferramentas” diversificada em aspectos comportamentais, que é muito mais ampla que sua capacidade técnica.
Os desafios da liderança em um contexto de mudanças frequentes e de alta competitividade não são poucos. Liderar para atender às exigências de metas cada vez mais crescentes e complexas exige do líder uma habilidade especial para lidar com as pessoas. Os líderes fazem a intermediação entre os gestores da cúpula e a equipe. Enquanto os gestores cobram resultados, os subordinados cobram melhores condições de trabalho. Assim, conciliar os interesses da organização com os interesses dos colaboradores torna-se uma arte. Saber lidar com as demandas que surgem e comunicar-se claramente com as partes, expondo o que é possível ser feito, o que deve ser revisto e as novas práticas a serem adotadas, são aspectos essenciais para evitar o desgaste da equipe na tentativa de atender metas inalcançáveis e evitando o desapontamento dos gestores de cúpula.
Mas os desafios não se acabam por aí! Um desafio importante da liderança é saber lidar com a diversidade no ambiente de trabalho, principalmente com o ingresso de novos profissionais, representados, atualmente, pelos milleniuns, e a longevidade dos profissionais nas organizações. Os milleniuns são o grupo de pessoas que nasceram a partir de 1984, difíceis de serem gerenciados. É muito natural termos hoje duas, três ou quatro gerações trabalhando simultaneamente. São pessoas com experiências vivenciadas em tempos diferentes, que carregam verdades, crenças e propósitos também diferentes. O desafio dos líderes é garantir o engajamento desses profissionais, oferecendo a eles a oportunidade de realizar seus propósitos e entregarem um resultado que agregue valor para a organização. Apesar de, nos tempos atuais, a questão da diversidade ser tema de discussão aberta em todos os ambientes, muitas são as pessoas nas organizações que ainda não incorporaram essas questões ao ambiente de trabalho.
Agora que você leu o estudo de caso, reflita sobre as questões abaixo e responda ao que se pede:
As mulheres asiáticas dessa empresa são excelentes profissionais, os líderes não podem permitir que o trabalho pare nem desejam demiti-las. Que situação difícil!
Você acha que é possível chegar a um acordo entre a empresa e as mulheres asiáticas, respeitando os interesses de ambas as partes? Em sua opinião, qual seria a possível solução para esse impasse?
Clique aqui e confira a resposta
Toda empresa precisa lidar com as diferenças da melhor maneira possível. O melhor seria que a empresa do estudo de caso Braceletes já tivesse estabelecido regras, definindo de forma clara e objetiva o que é permitido usar no ambiente de trabalho, e não deixar para pensar no que fazer depois que o fato acontecer. As regras servem para que possamos conviver bem e em harmonia em grupo.
No case apresentado, o melhor que a liderança deve fazer é se reunir com as mulheres asiáticas, sensibilizá-las com informações sobre as graves consequências no caso de acidentes, demonstrando compreensão e respeito por sua cultura, religião e costumes. Ambas as partes deverão fazer concessões para que o conflito possa ser resolvido.
Outro desafio do líder é viver numa época de transformação digital. Para algumas pessoas, o maior desafio nos dias de hoje é saber lidar com o mundo digital. Qual é o maior desafio da transformação digital? Se você respondeu que é a tecnologia, ainda está tentando acertar o caminho. As novas ferramentas tecnológicas são apenas facilitadoras para que a organização continue competitiva. O grande desafio é a mudança que esse mundo tecnológico impõe às pessoas; é a profunda e verdadeira reinvenção pessoal do líder, já que será ele o responsável pela implantação do novo mindset que guiará a empresa.
Nessa mudança de mindset (modelo mental), a implementação de metodologias como a Gestão Lean e o Agile traz novas formas de pensar, de atingir a velocidade imprescindível no atual mercado. Mas como uma liderança autocrática, “comando e controle”, poderá absorver, no dia a dia, esses novos princípios? Como adotar a Gestão Lean, em que os problemas são vistos como oportunidades de aprendizado e de melhoria contínua na entrega de valor para o cliente? Como adotar o princípio dos métodos Agile em seu formato colaborativo com uma liderança autoritária, centralizadora, que comanda e controla o cumprimento de metas individuais? O grande desafio é conseguirmos reinventar; é a transformação pessoal do líder.
No mundo da transformação digital, as organizações precisam de líderes com perfil diferenciado. Os líderes precisam se transformar em líderes Lean, que, antes de agir, buscam um profundo e amplo conhecimento da realidade para contribuir, sugerir e apoiar as equipes nas tomadas de decisões rumo aos objetivos da organização.
O autoconhecimento e a autoconfiança são duas competências comportamentais de grande importância para que uma pessoa possa liderar sua própria carreira. É necessário que a pessoa possa olhar para si mesma e ter total consciência de suas qualidades e defeitos. Ao olhar para si e examinar suas potencialidades e limitações, poderá identificar o que precisa ser melhorado para atingir seus objetivos e propósitos de vida pessoal e profissional.

Segue um convite para parar e refletir. Como você anda decidindo sua vida? Você tem clareza das suas qualidades e defeitos? Ou, na maioria das vezes, segue a opinião dos amigos ou parentes? Faça uma lista dos seus pontos fortes e dos pontos a desenvolver, considerando os seus objetivos profissionais. Depois assista, logo a seguir, ao vídeo sobre gerenciamento de carreira, da Andreia Brilhante.
Vídeo - Gestão de Carreira – Andreia Brilhante
Agora, planeje as ações que você se compromete a realizar para eliminar seus pontos fracos, adquirindo um perfil profissional mais adequado às demandas do mercado.
Lembre-se de que a pessoa que não se conhece e não sabe o que deseja passa a ser guiada pelas outras pessoas. Se sente incapaz de decidir ou analisar sem consultar a opinião dos outros, incapaz de tomar as rédeas da própria vida. A indecisão e a insegurança enfraquecem qualquer esforço que a pessoa faça em direção à excelência. O desempenho excelente depende da autoconfiança e da segurança de que a pessoa está fazendo o seu melhor naquele momento. A pessoa insegura precisa constantemente da aprovação e do direcionamento dos outros para que se sinta capaz de fazer qualquer coisa.
Também no perfil do líder, a falta de segurança afeta sua atuação. Você já teve um chefe que não transmitia segurança? Se sim, imagino o quanto deve ter sido difícil a sua convivência com ele! As pessoas que não desenvolveram a segurança em si mesmas não conseguem ser bons líderes, apenas chefes autoritários e prepotentes. Os colaboradores atendem ao seu comando por uma simples questão de hierarquia, e não por confiarem naquilo que o chefe diz.
Liderar a própria carreira é traçar a trilha a ser percorrida para realizar seu propósito. É identificar e compreender suas potencialidades e limitações, buscando, de forma planejada, suprir suas necessidades e alcançar as competências que o distinguirão dos demais profissionais do mercado. A carreira é sua, portanto é você que deve cuidar dela. Essa tarefa não deve ser “terceirizada” para ninguém, nem mesmo para a organização em que você trabalha. A organização precisa proporcionar as condições necessárias para que você possa atuar e se desenvolver continuamente. Porém, é VOCÊ o único responsável por sua vida profissional, como deve ser também por sua vida pessoal.
Para ser protagonista da sua própria carreira, você precisa estar constantemente reavaliando o mercado alvo do seu interesse, tomando decisões, e não deixando que as pessoas tomem as decisões por você. Contudo, você pode e deve entrar em contato com profissionais da sua área de atuação para possíveis orientações que auxiliem na reflexão e decisões.
Mas como se constrói a visão de carreira? Como ter uma ideia do que fazer no futuro? Como começar a montar uma visão de futuro? Há muitos autores que usam como analogia o quebra-cabeça para falar da construção da visão de carreira. Você já montou um quebra-cabeça? Por onde, normalmente, a gente começa a montar um quebra-cabeça? Lembra? Pelas bordas! Definem-se os cantos, depois fazemos as bordas e, em seguida, preenchemos o meio. O que seria a borda? Qual seria a primeira peça que você colocaria na construção do seu quebra-cabeça de visão de carreira?
A primeira peça chama-se “você mesmo”, para que você possa entender um pouco mais sobre você. Você terá que alicerçar todo o seu quebra-cabeça com essas peças da borda, que darão toda a base, toda a sustentação para que seu quadro fique perfeito e bonito.
Entender um pouco mais sobre você é saber o que você gosta muito de fazer, o que te dá prazer, que talento você pode colocar à disposição, o que você aprendeu com suas experiências exitosas ou de fracasso, que habilidades você precisa desenvolver, que conhecimentos ainda te faltam, que estilo de vida você quer ter.
Tudo isso vai formando a borda do seu quebra-cabeça. As peças do meio são coisas do tipo: oportunidades do mercado para compor a sua visão de futuro, as possibilidades de ganhar dinheiro com aquilo que você escolheu fazer (microempresário, autônomo, coach, professor etc.), quais cursos você deve fazer (MBA, especialização, mestrado, técnico) etc. De todas as peças do quebra-cabeça da sua carreira, as da borda são as mais importantes e as mais difíceis. Se as peças da borda não forem as corretas, a chance de tudo desmoronar é muito grande.
Agora vamos fazer um exercício! Mãos à obra!
Pegue uma folha de papel em branco, faça uma margem de 3 cm em todos os quatro lados. Escreva nas bordas seus talentos, habilidades, experiências, conhecimentos, suas aspirações, tudo que diz respeito a você. Nesse momento, você vai tentar entender um pouco mais sobre você mesmo. Ok?
Depois de formadas as bordas, é hora de colocar as peças preenchendo o meio da sua folha de papel, ou seja, do seu quebra-cabeça, com as condições e possibilidades que o contexto apresenta para completar sua visão de futuro.
Tudo pronto? Então, agora você está preparado para trilhar o caminho que você mesmo definiu. Não se preocupe se no meio do caminho você tiver que fazer algumas alterações. Isso é muito normal de acontecer. Afinal, as coisas mudam! Avante e sucesso!

Durante nossa jornada até aqui, aprendemos muito sobre liderança. Convidamos você a assistir uma entrevista com a líder de uma grande instituição financeira. Nessa entrevista, falamos sobre os desafios da liderança. Aproveite!
Vídeo - Entrevista com Marisa Reghini

Parabéns! Você concluiu a primeira etapa de nossa jornada. Esperamos que você tenha aproveitado bastante as informações e dicas deste material. Pronto para avançar? Na próxima unidade, trataremos da importância da comunicação na vida e no ambiente profissional. Até lá!